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Novo VW Gol: jogada de craque ou lance perdido?

Após 27 anos de liderança de mercado, a vida do carro mais longevo da Volkswagen não anda fácil. Então, a marca alemã preparou novas jogadas para driblar a concorrência. Será que ele vira o jogo?

Por Ulisses Cavalcante
Atualizado em 23 nov 2016, 20h52 - Publicado em 6 abr 2016, 14h07
Novo VW Gol
Na frente, alterações sutis: para-choques, grade e desenho dos faróis ()

Com sete gols, a Alemanha dobrou o futebol brasileiro. A Volkswagen, porém, apesar de ter um placar ainda maior, não está dominando o jogo. A empresa acaba de fazer seu décimo Gol, mas sem perspectivas de arruinar a concorrência – no ramo automobilístico, os rivais estão mais bem preparados.

Nos gramados, a contagem daquele placar foi incontestável. Quanto ao carro, há controvérsia. Segundo a marca, o Gol está na quinta geração. Para os especialistas, na terceira (mudança de chassi). Dependendo de como a contagem for feita, nem os dez Gol já apresentados se garantem como válidos. Para nosso cálculo, consideramos as mudanças de estilo na carroceria. Pensando assim, eis a segunda reestilização promovida na terceira geração, lançada em 2008. À primeira vista, nota-se que as alterações foram sutis, mas abrangeram dianteira e traseira. Mas a novidade mais expressiva está na parte interna.

Novo VW Gol
Novas saídas de ar, detalhes estéticos cromados e sistemas de som iguais aos de modelos mais caros compõem as novidades ()

Comecemos pela frente. A parte inferior do para-choque concentra as mudanças, com uma nova grade filetada e seccionada. A Volks inverteu a ordem de formatos: agora os faróis de longo alcance são redondos (antes eram trapézios retângulos) e os refletores dos faróis trocaram o design circular por uma forma de cunha. Embora discretos, os traços aproximaram o Gol às linhas do hatch mais caro, o Golf – que agora é nacional.

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Novo VW Gol
Linha horizontal agora une as duas lanternas traseiras ()

Atrás é mais fácil perceber as novidades: mudaram o para-choque, lanternas e tampa do porta-malas. A lataria, até então lisa, recebeu uma linha perfilada horizontal unindo as novas lanternas, que ganharam superfície tridimensional. O recurso trouxe mais sofisticação ao modelo de entrada da marca, sem descaracterizar o desenho original.

Na parte interna, o painel foi totalmente reformulado – parece até um carro novo. No entanto, basta sentar-se ao volante para lembrar do conhecido Gol. A posição de dirigir é a mesma, bem como o sistema de ajuste de altura do banco, que não sobe o assento, apenas muda a inclinação da peça, como uma gangorra.

Novo VW Gol
Ajuste de altura não eleva o assento, só muda a inclinação ()

Novo VW Gol
Atrás, há porta-copos no assoalho ()

Outra novidade é a adoção do motor 1.0 MPI de três cilindros – o mesmo do Up!, providência que melhorou o desempenho do hatch e aposentou o bloco de quatro canecos.

Com um cilindro a menos, a potência subiu (82/75 cv ante 76/72) e o consumo diminuiu. No nosso teste, fez 13 e 17,2 km/l, na cidade e estrada, frente a 11,4/15,5 km/l do 1.0 anterior. Mais bons sinais: 16,5 segundos na prova de 0 a 100 km/h. Havíamos marcado 18,8 segundos com o Gol 1.0 quatro cilindros – sempre com gasolina no tanque.

Novo VW Gol
Motor 1.0 de três cilindros veio do Up! ()

Para atrair um público jovem, a Volks trouxe ao Gol quatro opções de sistemas multimídia. Além disso, reduziu os preços da linha. Um Gol 1.6 Comforline saía por R$ 48.650. Agora, custa R$ 47.490.

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No ano passado, o Gol perdeu a liderança de vendas para o Onix, Palio, HB20 e Ka. Porém, retomar o primeiro lugar no ranking não está nos planos. “Precisamos resolver outras questões antes de pensar nisso”, diz David Powels, presidente da VW.

Novo VW Gol
Rodas de liga de 15 polegadas têm design inédito ()

De acordo com o executivo, a empresa irá rever a imagem da marca em relação aos clientes. “Nós nos distanciamos dos brasileiros e precisamos retomar nossa posição. Éramos a referência do mercado”, afirma. Em todo o mundo, a VW está abandonando o slogan “Das Auto”. A tradução do alemão significa “O Carro” e, segundo Powels, não tinha significado. “Essa frase estava inadequada. E a tradução para o português era ainda pior. Soava arrogante”, completa.

Novo VW Gol
Versão Highline tem tela de TFT configurável no painel de instrumentos ()

Novo VW Gol
Suporte para celular tem ponto de energia ()

Novo VW Gol
Entrada USB fica junto ao porta-objetos ()

AVALIAÇÃO DO EDITOR

Motor e Câmbio – O 1.0 do Up! fez bem ao Gol. Bom ajuste de escalonamento da caixa de cinco marchas MQ200.

Dirigibilidade – Desde 2008, o Gol é uma boa referência neste quesito. Bom de dirigir, ágil, estável e confiável.

Segurança – Não há mudanças desde 2008, a não ser os obrigatórios freios ABS e airbags em toda a linha.

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Seu bolso – Mesmo a leve redução nos preços não faz do Gol uma pechincha. E vale um cuidado: a VW trabalha com pacotes de opcionais complicados de entender. Equipado, é bem mais caro.

Conteúdo – A versão Comfortline oferece ar, direção hidráulica, sistema de som e vidros elétricos de série. É a que melhor equilibra preço e oferta.

Vida a bordo – Não desagrada, mas o rival a ser batido é o HB20. O Hyundai é mais confortável e superior em modernidade.

Qualidade – Combinação competente de plásticos, texturas e tecidos. O design ajuda a melhorar essa percepção.

 

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Além do Discover Media, com GPS embutido e tela touch de 6,3″, outros três sistemas multimídias são oferecidos como equipamentos de série ou opcionais

Novo VW Gol
Media: o mais simples, tem rádio AM/FM, entrada USB, auxiliar e de cartão SD, bluetooth, microfone e conexão com smartphones. A tela é de LCD monocromática. ()

Novo VW Gol
Media Plus: acrescenta uma tela ligeiramente maior (de quatro linhas) e tocador de CDs. É compatível com volante multifuncional e pode exibir imagens do sensor de estacionamento ()

Novo VW Gol
Composition Touch: tela touchscreen colorida de 5′. Pode ser integrado a smartphones (MirrorLink, Android Auto e Apple CarPLay) ()

 

VEREDICTO QUATRO RODAS

A atualização no Gol é bem-vinda, mas as discretas melhorias não são suficientes para combater o Onix e o HB20 de igual para igual. Só uma mudança na postura da rede para virar o placar.

TESTE DE PISTA (com gasolina)
ACELERAÇÃO
de 0 a 100 km/h: 16,5 s
de 0 a 1.000 m: 37,3 s / 137,7 km/h
VELOCIDADE MÁXIMA: 175 km/h (dado de fábrica)
RETOMADAS
de 40 a 80 km/h (3ª): 10,4 s
de 60 a 100 km/h (4ª): 16,7 s
de 80 a 120 km/h (5ª): 29,3 s
FRENAGENS
60 / 80 / 120 km/h a 0: 16,3 / 28,9 / 66,2 m
CONSUMO
urbano: 13 km/l
rodoviário: 17,2 km/l
RUÍDO INTERNO
neutro / RPM máximo: 42,3 / 71,1 dBA
80 / 120 km/h: 63,7 / 70,6 dBA
AFERIÇÃO
velocímetro / real: 100 / 96,3 km/h
rotação do motor a 100 km/h em D: 3.100 rpm
volante: 3 voltas
SEU BOLSO
Preço (Comfortline 1.0): R$ 42.690
Garantia: 3 anos
Concessionárias: 636
Ficha Técnica – Gol Comfortline 1.0
Motor: diant., transv., 3 cil., 12V, flex, 74,5 x 76,4, 999 cm³, 82/75 cv a 6.250 rpm, 10,4/9,7 mkgf entre 3.000 e 3.800 rpm
Câmbio: manual, 5 marchas, tração dianteira
Direção: hidráulica, 10,8 m (diâmetro de giro)
Suspensão: McPherson (diant.), eixo de torção (tras.)
Freios: disco vent. (diant.) e tambor (tras.)
Rodas e pneus: liga leve, 195/55 R15
Peso: 998 kg
Peso/potência: 12,2/13,3 kg/cv
Peso/torque: 96/102,9 kg/mkgf
Dimensões: comprimento, 389,7 cm; largura, 165,6 cm; altura, 146,4 cm; entre-eixos, 246,6 cm; porta-malas, 285 l; tanque de combustível, 55 litros
Equipamentos de série: tela TFT com computador de bordo, sistema de infotainment Media Plus, 4 auto-falantes e 2 tweeters, ar-condicionado analógico, chave tipo canivete, direção hidráulica, espelhos retrovisores com luzes de direção, faróis de neblina, alerta de frenagem de emergência

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