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Antes de bancos do Gol GTI, Recaro fabricou Fusca e até primeiros Porsche

Com 113 anos de história, a empresa surgiu como fabricante de automóveis, quase acabou após a guerra, e foi responsável por levar a Porsche à Alemanha

Por Gabriel Aguiar
Atualizado em 9 dez 2019, 08h00 - Publicado em 9 dez 2019, 07h00
Passat GTS Pointer foi um dos primeiros nacionais a oferecer bancos Recaro (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Se você já tinha suficiente idade para dirigir – ou gostar de carros – nos anos 1980 e 1990, provavelmente desejou os bancos Recaro dos Volkswagen mais esportivos.

O que talvez seja desconhecida é a origem do fabricante de bancos, que produziu os primeiros protótipos do Fusca e foi responsável pela construção do Porsche 356.

Na verdade, a Recaro nasceu com outro nome, em 1906: Stuttgarter Carosserie und Radfabrik. E, três anos depois, se tornou Stuttgarter Karosseriewerk Reutter & Co.

Recaro surgiu como fabricante de carroceria e fornecedora de peças (Recaro/Reprodução)

Os irmãos Wilhelm e Albert Reutter passaram a fornecer componentes a boa parte das marcas alemãs da época, incluindo a então Daimler-Benz, no início do século XX.

Só que os caminhos da atual Recaro só cruzaram com a Porsche em 1930, quando foi firmada uma parceria com aquele que, até então, era um escritório de engenharia.

Foi assim que a Reutter colaborou com a construção de alguns dos primeiros protótipos do Fusca, projeto de Ferdinand Porsche criado por encomenda ao governo alemão.

Em 1937, após atingir o limite de capacidade produtiva da fábrica principal Augustenstraße, em Stuttgart, foi inaugurada a linha de montagem na cidade vizinha de Zuffenhausen.

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Reutter chegou a construir o VW da série 38, o Fusca (Recaro/Reprodução)

Só um ano depois, em 1938, a Reutter era responsável pela produção do VW da série 38, o Fusca. Àquela altura, a empresa tinha 900 funcionários e fazia 33 carros por dia.

Pouco antes do fim da Segunda Guerra Mundial, a fábrica de Augustenstraße, primeira linha de montagem, foi bombardeada e, em 1944, a Reutter foi reduzida em quase 90%, a 94 funcionários.

No ano seguinte, em dezembro de 1945, Ferdinand Porsche foi preso acusado por crimes de guerra e seu filho, Ferry Porsche, foi quem assumiu o comando da empresa.

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Enquanto o fundador seguia na cadeia, as unidades iniciais do 356, primeiro modelo a receber marca Porsche, foram construídas em Gmünd, na Áustria, a partir de 1948.

Empresa foi responsável pela produção dos primeiros Porsche da história (Recaro/Reprodução)

Poucos anos depois, em 1950, a empresa decidiu transferir a produção do esportivo à Alemanha, onde o modelo passou a ser feito pela Reutter – e trocou alumínio por aço.

Em 1956, ao completar 50 anos, a empresa criada pelos irmãos Wilhelm e Albert já havia fabricado 10.000 unidades para a Porsche e voltou a ter 900 funcionários.

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Vale lembrar que, três anos antes, em 1953, a Stuttgarter Karosseriewerk Reutter & Co. já havia registrado um banco com ajustes de inclinação, indicando o futuro da empresa.

Em 1964, a Porsche comprou a Reutter (Recaro/Reprodução)

Em 1963, quando a Porsche estava prestes a lançar o 901 (depois rebatizado 911), a Reutter já não tinha mais condições de assumir a produção do sucessor do 356.

Naquele mesmo ano, a marca fundada por Ferdinand comprou a parceira. Após isso, os antigos donos criaram a Recaro, nome formado pelas iniciais de Reutter-Carosserie.

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Bancos Recaro, um clássico dos esportivos dos anos 80
Bancos Recaro, um clássico dos esportivos dos anos 80 no Brasil (Pedro Bicudo/Quatro Rodas)

No anos seguintes, a nova empresa seguiu fornecendo bancos originais para o fabricante de esportivos e criou uma linha de montagem específica para produtos de aftermarket.

A Recaro apresentou ao público os primeiros bancos durante o Salão de Frankfurt, na Alemanha, em 1965. E, quatro anos depois, a empresa foi vendida pela família Reutter.

Desde então, o fabricante se dividiu em diferentes braços. Hoje, um é dedicado a assentos para aviões e outro a eGaming. Já a divisão automotiva está licenciada para a Adient.

De qualquer forma, a empresa nascida em Stuttgart jamais voltou a produzir carros. E, hoje, o edifício da antiga Reutter segue intocado dentro do complexo que é sede da Porsche.

Edifício da finada Reutter continua de pé na sede da Porsche (Divulgação/Porsche)
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